É um clichê, mas é verdade que as feridas ocasionadas por um discurso odioso é tão ou mais perigoso que o de uma bala. É como disse o Sakamoto:
"Pessoas como ele dizem que não incitam a violência. Não é a mão delas que segura a faca ou o revólver, mas é a sobreposicão de seus discursos ao longo do tempo que distorce o mundo e torna o ato de esfaquear, atirar e atacar banais. Ou, melhor dizendo, “necessários'', quase um pedido do céu. São pessoas como ele que alimentam lentamente a intolerância, que depois será consumida pelos malucos que fazem o serviço sujo".
Ao comparar homossexualidade (acredito que ele deve entender nada sobre os segmentos trans) à pedofilia, ao dizer que quer os LGBTs bem longe da boa família brasileira, o que Levy sugere, no fundo, é a REJEIÇÃO. É a perpetuação da REJEIÇÃO através de uma política higienista. Ele quer nos rejeitar e empurrar-nos para debaixo dos tapetes.
O mais agravante é que ele não quer apenas nos silenciar, ele sugere o nosso EXTERMÍNIO!
"Nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria, vamos enfrentá-los! Não ter medo de dizer que sou pai, mamãe, vovô! E o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá".
Alguém me explica que ideia maluca é essa de política de maiorias?
Será que ele é desse políticos que acha que democracia é a reunião de opiniões de maiorias?
Sinto muito, mas democracia não é isso. Democracia é quando há espaço pras minorias existirem, e quando há políticas públicas que protegem essas minorias. Invocar que a maioria extermine uma minoria, isso já é fascismo.
Por isso, minha gente, não tenho vergonha de dizer que meus votos vão para aquele/as comprometido/as com a nossa luta.
Aqui abaixo, temos um delicioso vídeo de resposta proferido por Luciana Genro num debate realizado hoje (29/09):
Na íntegra: